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27 Mar 2024

| diretor: Porfírio Silva

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Opinião

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Edite Estrela

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09.09.2015

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A LATA DE PASSOS COELHO

Hoje é o dia do debate entre António Costa e Passos Coelho. Do debate e não de um dos debates. Singular e não plural. Um só, transmitido nos três canais generalistas, porque o primeiro-ministro rejeitou os três debates propostos, um em cada canal.

 

Passos Coelho não quer prestar contas aos portugueses destes quatro anos de desgoverno. Passos Coelho não quer debater os problemas dos portugueses. Passos Coelho não tem nada a dizer sobre o futuro do país. Ele não quer debater e os órgãos de comunicação social aceitaram. António Costa queria os três debates. Presumo que a maioria dos portugueses também. Os eleitores ficariam certamente mais esclarecidos e poderiam mais facilmente conhecer as ideias e avaliar as propostas de cada um dos candidatos a primeiro-ministro.

Passos Coelho pode fugir ao debate, mas não à realidade. Bem pode apregoar que “Portugal está melhor”, ainda que os portugueses estejam pior. Bem pode chamar piegas e ingratos àqueles que ficaram sem parte do salário, da pensão ou da reforma ou privados do emprego e até da casa.

Em vésperas de eleições, os portugueses devem relembrar as promessas que Passos Coelho lhes fez antes de ser eleito. Promessas que o vento levou. Disse o então candidato a primeiro-ministro:

“Se formos Governo, posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português.”

“Queremos transferir parte dos sacrifícios que se exigem às famílias e às empresas para o Estado.”

“Vamos ter de cortar em gorduras e de poupar. O Estado vai ter de fazer austeridade, basta de aplicá-la só aos cidadãos.”

“A ideia que se foi gerando de que o PSD vai aumentar o IVA não tem fundamento.”

“O PSD chumbou o PEC 4 porque tem de se dizer basta: a austeridade não pode incidir sempre no aumento de impostos e no corte de rendimento.”

“Apresentaremos um programa de emergência social para apoiar as famílias em risco de subsistência, com especial atenção a jovens e idosos.”

“Desenganem-se aqueles que queiram ver [nisto] um instrumento de populismo, uma cedência à demagogia ou uma listagem de promessas fáceis. O que deixamos à apreciação e ao escrutínio dos portugueses resiste a qualquer teste de avaliação ou credibilidade. Tudo o [que] se propõe foi estudado, testado e ponderado.”

“A campanha do PS a dizer que o PSD quer tirar tudo a toda a gente é a coisa mais desonesta que eu tenho visto em política.”

“Acusava-nos o PS de querermos liberalizar os despedimentos… Que lata!”.

Só por esta amostra se percebe que lata é o que não falta a Pedro Passos Coelho.

 

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Edite Estrela

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09.09.2015

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Janeiro 2024