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26 Abr 2024

| diretor: Porfírio Silva

EDIÇÃO DIGITAL DIÁRIA DO ÓRGÃO OFICIAL INFORMATIVO DO PARTIDO SOCIALISTA

Insensibilidade social
Cortes sociais atingiram os limites da dignidade humana
AUTOR

Rui Solano de Almeida

DATA

18.03.2015

FOTOGRAFIA

Jorge Ferreira

Cortes sociais atingiram os limites da dignidade humana

António Costa acusa o Governo de ter andado com o país duas décadas para trás em matéria de pobreza. Portugal não pode voltar aos primórdios do cavaquismo, quando se olhava para as pessoas com “desprezo e insensibilidade”.

 

Este Governo “falhou em toda a linha” no controlo da dívida e na recuperação económica, garantiu o Secretário-geral socialista ontem, em Loures, num jantar comemorativo do 40º aniversário da secção local do PS.

A aposta cega pelas políticas de austeridade nestes quase quatro anos de Executivo de direita não só não resolveu nada, como agravou as contas públicas e a dívida.

Dívida, que é hoje maior do que a que Passos Coelho e a direita herdaram, prova que as políticas seguidas pelo Governo redundaram num enorme “falhanço” quer na recuperação da economia, quer na tese económico-financeira de que o país ganhava competitividade económica se cortasse salários e diminuísse despesas sociais. Os cortes, disse António Costa, atingiram os “limites da dignidade humana”.

Porque o limite dos limites à austeridade e a todos os cortes sociais, como realçou, tem de encaixar nas metas aceitáveis da “dignidade das pessoas” e os cortes que atingiram um terço das crianças, atirando-as para a pobreza, já estão muito para além dos “limites aceitáveis da dignidade humana”, e de uma “sociedade decente”.

Na sua intervenção, o Secretário-geral do PS referiu-se à conjuntura política, económica e social de 1993, transferindo parte dessa realidade para a atualidade.

A maioria PSD/CDS não só “não aprendeu nada” nestes quatro anos, como não aprendeu nada em “matéria de sensibilidade social nos últimos 20 anos”.

O líder do PS lamentou que o Governo não tenha optado por uma abordagem mais “pragmática” na resolução dos problemas do país, preferindo antes escolher um caminho escorado no “puro preconceito ideológico”.

O governo não avançou com a necessária reforma do Estado, tendo antes “optado por desmantelá-lo”, perseguindo funcionários públicos com cortes salariais, degradando os serviços públicos, em sectores como a Educação, a Saúde e a Justiça.

Foram quatro anos em que o país andou para trás recuando mais de dez anos na riqueza produzida, “também em matéria de pobreza”, com os portugueses a sofrerem a “maior carga fiscal de sempre”, no IVA e no IRS, com a dívida a bater todos os recordes desde que Portugal vive em democracia, hoje bastante superior da que existia quando este Governo assumiu funções, com mais de um milhão de desempregados e desencorajados, a que se juntam ainda cerca de 350 mil que emigraram.

O resultado de toda esta política é, para António Costa, o “fracasso” das finanças públicas e o falhanço da estratégia económica.

 

AUTOR

Rui Solano de Almeida

DATA

18.03.2015

Capa Edição Papel
 
EDIÇÃO Nº1418
Janeiro 2024