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23 Abr 2024

| diretor: Porfírio Silva

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Mário Soares
Secretários-gerais do PS evocam legado do líder histórico
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Partido Socialista

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11.01.2017

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Secretários-gerais do PS evocam legado do líder histórico

Mário Soares foi o “homem da liberdade, da democracia e o homem que virou Portugal para a Europa”. É desta forma que o ex-Presidente da República, Jorge Sampaio, recorda o legado de Soares, destacando a “resiliência” e o “amor à vida” daquele que considerou ser “o principal e decisivo fundador do PS”.

 

“O que mais impressionava era essa resiliência, capacidade de resistência e de enorme amor à vida“, afirmou, recordando-o como um homem de luta.

“Surpreendeu a sua extraordinária capacidade de luta desde muito jovem. Esteve sempre na primeira linha”, declarou Jorge Sampaio, que liderou o Partido Socialista entre 1989 e 1992.

Destacando o percurso de Soares na luta pela democracia e o papel que teve na adesão ao projeto europeu, Jorge Sampaio considerou que Mário Soares “é consubstancial à modernidade portuguesa” e realçou o facto de nunca ter desistido de construir um país melhor, mesmo quando a luta se fez a partir do exílio político.

“Nunca perdeu Portugal de vista. Sempre acreditou naquilo que seria vital para o país“, frisou Sampaio, assinalando que o seu desaparecimento é “um momento de profunda perda para Portugal e para a Europa”.

 

O maior político português do século XX

O também antigo Secretário-geral socialista, Vítor Constâncio, realçou Mário Soares como “o maior político português do século XX”, destacando a sua influência decisiva para o regime democrático e a participação de Portugal no projeto europeu.

Foi o “mais influente nos destinos estruturantes da nossa modernidade. Democracia e participação no projeto europeu foram as ideias mestras pelas quais se bateu toda uma vida e que felizmente para todos nós conseguiu realizar. Esse é o essencial legado que nos deixa”, recorda.

“Espero que o país lhe saiba agradecer devidamente. Pessoalmente, sinto a sua perda como a de um amigo que marcou a minha vida e que assim sempre recordarei”, sublinha Constâncio, que sucedeu a Soares na liderança do PS, em 1986.

Recordando as “muitas décadas de convívio, amizade, partilha de valores e combates políticos”, Vítor Constâncio afirmou o seu tributo “ao homem livre, ao cidadão, ao estadista, aquele que foi realmente o mais marcante na vida portuguesa no século XX”.

 

Um homem extraordinário e inspirador

Secretário-geral do PS entre 2004 e 2011, o antigo primeiro-ministro José Sócrates relembrou o percurso e a vida “inspiradora e motivadora” de Soares, enaltecendo “a memória de um homem que foi absolutamente extraordinário na vida política portuguesa”.

“A biografia política de Mário Soares vive para a história, foi talvez o político mais carismático do século XX, que se bateu em primeiro lugar contra a ditadura e foi capaz depois do 25 de Abril de ter encarnado o crisma da reconciliação”, afirmou José Sócrates, recordando ainda “um grande companheiro e amigo” de grande convicção, coragem e firmeza, por quem sente um “carinho e um amor fraternal”.

“Acho que o país olha para o desaparecimento de Mário Soares como se desaparecesse parte de nós, um sentimento de perda não apenas dos socialistas. Mas deixa uma cultura dentro do PS, formou este partido com base na sua coragem e ambição”, sublinhou.

 

Principal artífice do Portugal democrático

António José Seguro, Secretário-geral do Partido Socialista entre 2011 e 2014, prestou também homenagem a Mário Soares, considerando o antigo chefe de Estado como “o principal artífice do Portugal democrático” que deixa “quatro marcos importantes e indeléveis” na história do país.

A “luta contra a ditadura, o apoio que deu aos presos políticos, o exílio por que teve de passar e as três décadas de resistência, a fundação do PS - um partido estruturante da vida democrática, a opção europeia e a opção democrática da nossa revolução”, enumerou.

Um legado que, na opinião de António José Seguro, faz com que “ao nome de Mário Soares fiquem sempre associados liberdade, democracia e Europa”.

A evocação da memória e do legado de Mário Soares, por parte de todos os antigos Secretários-gerais do Partido Socialista, tinha já sido expressa através da intervenção gravada do atual primeiro-ministro, António Costa, que integrou a cerimónia de homenagem no Mosteiro dos Jerónimos, o depoimento do atual presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e a mensagem expressamente dirigida por António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, de Nova Iorque.

 

AUTOR

Partido Socialista

DATA

11.01.2017

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EDIÇÃO Nº1418
Janeiro 2024