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23 Abr 2024

| diretor: Porfírio Silva

EDIÇÃO DIGITAL DIÁRIA DO ÓRGÃO OFICIAL INFORMATIVO DO PARTIDO SOCIALISTA

Câmara de Comércio Luso-espanhola
António Costa quer países ibéricos com agenda comum
AUTOR

Rui Solano de Almeida

DATA

30.04.2015

FOTOGRAFIA

Jorge Ferreira

António Costa quer países ibéricos com agenda comum

“Portugal e Espanha precisam de encarar a Península Ibérica como um espaço comum” e resolver questões cruciais que se arrastam entre ambos os países há pelo menos três décadas”.

 

António Costa falava como orador convidado perante uma centena de convidados num almoço de trabalho na Câmara de Comércio Luso-espanhola, em Lisboa.

O líder do PS iniciou a sua intervenção considerando contraproducente esperar que após o próximo ciclo eleitoral nos dois países ibéricos, “independentemente do resultado das eleições espanholas”, ambos os governos continuem sem resolver assuntos tão determinantes para o desenvolvimento dos dois países como as “conexões das redes de eletricidade e ferroviária”.

É “incompreensível”, disse o líder socialista, que apesar de Portugal e de Espanha estarem a beneficiar há vários anos de sucessivos quadros comunitários de apoio, continuem sem avançar na resolução de diversos dossiês que interessam a ambos os países, apontando como uma das desejáveis soluções imediatas a adoção de uma agenda comum que permita uma mais estreita e intensa cooperação dentro da União Europeia. 

Advertiu para a crise de confiança que hoje as democracias europeias atravessam, salientando que o maior desafio que se coloca “às nossas democracias” é a relação de confiança que se estabelece entre governantes e cidadãos, confiança que passa pela “credibilidade das propostas políticas que se apresentam”. É neste pressuposto de maior confiança entre quem governa e quem é governado, defendeu, que o programa eleitoral do PS se sustentará.

Apelou ao primado da política em alternativa aos anos em que a Europa tem sido governada por modelos económicos, alertando contudo para o facto de que o primado da política “não se poderá afirmar” se as políticas não forem “sustentáveis e se não passarem no crivo da exequibilidade”.

Na sua intervenção o Secretário-geral socialista explicou os objetivos políticos, económicos e financeiros do cenário macroeconómico apresentado pelo PS “Uma década para Portugal” que, não sendo o programa de Governo do PS, será contudo a “base e o enquadramento no qual será elaborado o futuro programa eleitoral”.

Portugal e Espanha têm tudo a ganhar se souberem e quiserem trabalhar em conjunto, disse ainda António Costa, e tudo a perder se mantiverem a perspetiva concorrencial com que, por exemplo, os portos mediterrâneos espanhóis encaram os portos portugueses na fachada atlântica.

Numa época em que novas oportunidades se abrem a ambos os países com o alargamento do canal do Panamá e com as mudanças no mercado energético dos Estado Unidos, só trabalhando juntos, salientou o Secretário-geral do PS, é que se poderão alcançar os êxitos que os dois países ibéricos desejam.

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EDIÇÃO Nº1418
Janeiro 2024