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19 Abr 2024

| diretor: Porfírio Silva

EDIÇÃO DIGITAL DIÁRIA DO ÓRGÃO OFICIAL INFORMATIVO DO PARTIDO SOCIALISTA

António Costa na Ovibeja
Governo deve desistir da privatização da TAP
AUTOR

Mary Rodrigues

DATA

04.05.2015

FOTOGRAFIA

Jorge Ferreira

Governo deve desistir da privatização da TAP

Nenhum governo em final de legislatura devia sentir-se legitimado para precipitar decisões “muito gravosas para o país”, afirmou o secretário-geral do PS, António Costa, durante uma visita à feira Ovibeja.

 

“Era essencial que o Governo revelasse a capacidade de diálogo político e social, que não tem revelado, e não esgotasse os últimos tempos desta legislatura com a precipitação de decisões [de privatização], seja nos transportes urbanos, na TAP, no sector das águas”, afirmou o líder socialista, sublinhando ser este um erro recorrente do Executivo PSD/CDS que “está a ser pago duramente pela economia nacional”.

O Governo – disse –, decidiu “ignorar todos e teimosamente avançar” para um processo de privatização da TAP a 100%, o que é “grave”, vincou António Costa, referindo esperar que as eleições legislativas “permitam travar as piores consequências desta decisão” e impedir a segunda fase de privatização da empresa.

A acompanhar com “muita apreensão” a greve dos pilotos da TAP, o Secretário-geral lamentou “o culminar de todo um processo que tem sido muito negativo”.

E defendeu ser “tempo de o Governo procurar o consenso político, que devia ter começado por procurar, de desistir da segunda fase de privatização e de encontrarmos uma solução que garanta a viabilidade da empresa, lhe devolva paz social e permita parar esta greve, que está, obviamente, a ser negativa para o conjunto da economia nacional e que será mais um passo para que o futuro da TAP não seja aquele que o país e os portugueses precisam que seja”.

Sem desmentir que a União Europeia não permite a capitalização pública da transportadora aérea, o líder do PS sublinhou que, “mesmo que não houvesse recursos do Estado para fazer a capitalização da TAP, a solução devia ter sido aumentar o capital da empresa por via da sua dispersão em bolsa e nunca, em circunstância alguma, perdendo o Estado a posição maioritária no capital da empresa”.

Mas, “o Governo ignorou totalmente a posição do PS, a posição dos trabalhadores da TAP e aquilo que é o sentimento geral do país de que a TAP é um ativo fundamental para o país e que em caso algum deveria ser alienada a 100%”, criticou.

 

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EDIÇÃO Nº1418
Janeiro 2024