1490

23 Abr 2024

| diretor: Porfírio Silva

EDIÇÃO DIGITAL DIÁRIA DO ÓRGÃO OFICIAL INFORMATIVO DO PARTIDO SOCIALISTA

Relatório preliminar
Capitalização “pelos mínimos” em 2012 na origem de nova injeção na CGD em 2016
AUTOR

Partido Socialista

DATA

04.07.2017

FOTOGRAFIA

Jorge Ferreira

Capitalização “pelos mínimos” em 2012 na origem de nova injeção na CGD em 2016

O relatório preliminar da comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD) já é conhecido. Segundo Carlos Pereira, vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS, a capitalização “pelos mínimos”, decidida pelo anterior governo do PSD/CDS e pelo Banco de Portugal, é a grande responsável para ter sido necessária uma nova injeção decidida pelo executivo socialista.

 

No documento, apresentado hoje em conferência de imprensa, o parlamentar socialista elege mesmo essa como a primeira das razões que motivaram a capitalização decidida em 2016 já pelo executivo de António Costa. A isto, acresce a utilização de CoCos (um empréstimo do Estado que em certas condições pode transformar-se em capital detido pelos cofres públicos); a crise do subprime em 2008; a política do BCE e o apertar das exigências regulatórias.

Carlos Pereira realçou que a "crise económica e financeira" dos últimos anos "mostrou a importância" de se ter um banco com capital 100% público "para ajudar a reforçar a estabilidade do sistema financeiro".

A questão do crédito malparado é também referida pelo deputado socialista, que define esta matéria como "um dos maiores desafios do sistema financeiro português".

Carlos Pereira frisou, todavia, que o banco público "está em pleno funcionamento". Considerou, ao mesmo tempo, que esta comissão de inquérito "é singular", num momento de "pressão permanente", inclusive noticiosa, sobre Caixa.

 

Comissão atribulada

O relator da comissão lamentou, porém, a "recusa" de instituições como a CGD, as Finanças ou o Banco de Portugal em fornecerem documentação aos deputados, embora tenha reconhecido a "complexidade" da comissão, cujas conclusões dos trabalhos estão "definitivamente marcadas por fatores externos à questão do objeto do inquérito".

“Não vale a pena tapar o sol com a peneira. Esta comissão de inquérito foi muito atribulada", admitiu.

Os partidos podem apresentar propostas de alteração ao relatório final da autoria de Carlos Pereira até a próxima segunda-feira. O texto será votado e discutido a 18 de julho.

A comissão de inquérito debruçou-se sobre a gestão do banco público desde o ano 2000, culminando no processo de recapitalização de cerca de 5.000 milhões de euros aprovado entre o Governo português e a Comissão Europeia, depois de a CGD ter apresentado um prejuízo histórico de 1.859 milhões de euros em 2016.

 

AUTOR

Partido Socialista

DATA

04.07.2017

Capa Edição Papel
 
EDIÇÃO Nº1418
Janeiro 2024