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24 Abr 2024

| diretor: Porfírio Silva

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Opinião

AUTOR

Carlos Zorrinho

DATA

15.01.2018

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Convergência – a chave da reinvenção europeia

O apelo à reinvenção feito pelo Presidente da República na sua mensagem de fim de ano deixou marcas. De repente, os comentadores descobriram que tudo se tem que reinventar em Portugal e no mundo, como se os tempos não se definissem já pela mudança acelerada permanente e a reinvenção não fosse uma constante da vida. 

 

Dito isto, a consciência política de necessidade de reinvenção permanente, que foi realçada pela comunicação presidencial, é positiva, porque convoca os representantes políticos dos mais diversos níveis a traçarem as coordenadas da mudança, em vez de se deixarem arrastar por dinâmicas não sufragadas democraticamente.  

O ideal europeu não precisa de ser reinventado. Precisa sobretudo de ser respeitado e protegido e para isso alguns processos e prioridades têm que ser alterados. Por isso, também a União Europeia precisa de se reinventar e de melhorar a capacidade de resposta aos anseios dos seus cidadãos.   

A chave da reinvenção europeia é a convergência. Convergir não é transferir riqueza dos mais ricos para os mais pobres. É por em prática um modelo de desenvolvimento comum em que todos possam ganhar, criando sinergias focadas na melhoria do contexto no mercado interno e da competitividade no mercado externo.  

Alguns exemplos recentes ilustram esta ideia. É a convergência que permitirá criar uma base para reinventar o Orçamento Europeu através do aumento da riqueza criada nos vários Estados-membros e da criação de fontes de receita transversais geradoras de mais recursos próprios. É também a convergência que permitirá dinamizar o mercado interno e com isso robustecer e preparar a economia europeia para a competição global, impulsionando o crescimento e o emprego de qualidade. Depende ainda da convergência a criação de melhores condições para uma redistribuição mais equilibrada do esforço de acolhimento aos refugiados e aos migrantes e o desenvolvimento de capacidades comuns de defesa, segurança e proteção civil. 

A reinvenção europeia necessita de reformas estruturais. Não das reformas baseadas na austeridade que já mostraram a sua inadequação, mas de reformas baseadas na convergência. 2018 é um ano importante para que esta visão se comece a concretizar.

AUTOR

Carlos Zorrinho

DATA

15.01.2018

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EDIÇÃO Nº1418
Janeiro 2024