“Queremos afirmar as regiões de fronteira como novas centralidades de um grande mercado ibérico de 60 milhões de consumidores”. Foi este o mote com que o primeiro-ministro português, António Costa, fez o lançamento da Cimeira Luso-espanhola, que decorre hoje e amanhã, em Vila Real, com a cooperação transfronteiriça como tema de fundo.
O líder do Governo socialista sustentou que um dos maiores desafios de Portugal e Espanha para as próximas décadas é "fazer com que estes territórios junto à fronteira, que foram sendo os territórios mais abandonados e mais empobrecidos de um lado e do outro da fronteira, possam ser territórios que unam os dois países” e sejam, simultaneamente, “uma plataforma de crescimento sustentável do país”.
A XXIX Cimeira Luso-espanhola, que se realiza ao longo de dois dias, em vários locais do distrito de Vila Real, dará enfase à cooperação em áreas como energia, infraestruturas e ambiente, estando ainda na agenda dos chefes de Governo dos dois países o futuro da União Europa, com especial atenção para o reforço da União Económica e Monetária e da dimensão de convergência económica e social.
O encontro teve início esta manhã, com as duas comitivas a descerem o Douro, desde a localidade espanhola de Vega Terrón até ao Porto da Senhora da Ribeira, a bordo de um navio onde foi mantida a reunião entre o primeiro-ministro português, António Costa, e o presidente do Governo de Espanha, Mariano Rajoy, assim como as reuniões setoriais nas diferentes áreas, dos Negócios Estrangeiros, Defesa, Administração Interna, Ciência, Ensino Superior, Trabalho, Segurança Social, Infraestruturas, Ambiente e Energia, ao longo do dia.
Amanhã, terça-feira, os dois chefes de Governo discursam perante um encontro empresarial no palácio de Amarante, em Vila Real, decorrendo depois a reunião plenária das duas delegações, na Casa de Mateus, a que se segue a assinatura de documentos e a conferência de imprensa final da Cimeira.