Recém eleito presidente do Conselho Europeu, o socialista português António Costa afirma-se apostado em “construir unidade” entre os países-membros da União Europeia (UE), perante atuais e futuros “momentos difíceis”.
“A Europa e todos nós estamos a enfrentar momentos difíceis, sim, mas a União Europeia demonstrou a sua resiliência no passado, encontrando sempre força na unidade e, por isso, construir unidade entre os Estados-membros será a minha principal prioridade quando assumir o meu cargo em dezembro”, declarou, ontem, em Bruxelas, o ex-primeiro ministro e antigo líder do PS.
Em declarações proferidas após a cimeira de líderes europeus que decorreu na capital belga, aquele que será o primeiro português a assumir a liderança do Conselho comprometeu-se a colocar o foco nos cidadãos, garantindo igualmente que irá “pôr em prática a agenda estratégica do Conselho Europeu”, ontem aprovada e para orientar a UE nos próximos cinco anos.
Dirigindo palavras de agradecimento aos membros do Conselho Europeu e do Partido Socialista Europeu (PSE), pela confiança nele demonstrada, e ao governo de Portugal, pelo apoio nesta eleição, Costa garantiu que irá assumir este novo desafio “com enorme sentido de missão e responsabilidade”.
Um trabalho que, de resto, prometeu fazer em “estreita colaboração” com Ursula von der Leyen, indicada para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia, e com Kajas Kallas, a primeira-ministra da Estónia recentemente nomeada representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, duas mulheres com as quais António Costa se propõe promover “um espírito de cooperação leal entre as instituições europeias”.
E agradeceu ainda ao presidente cessante do Conselho, o belga Charles Michel, “pela sua enorme dedicação à Europa”, desejando-lhe “o melhor” para o seu restante mandato naquelas funções.
Primeiro português e primeiro socialista
Recorde-se que António Costa foi confirmado, na noite de ontem, como o novo presidente da instituição da União Europeia que junta os chefes de governo e de Estado do bloco que congrega 27 países, num mandato de dois anos e meio.
Primeiro-ministro de Portugal entre 2015 e 2023, António Costa chefiou três governos nacionais, após um longo percurso político em que desempenhou funções como ministro e autarca.
Também Secretário-Geral do PS ao longo de nove anos, António Costa é agora o primeiro português e o primeiro socialista à frente do Conselho Europeu, tendo conseguido a maioria qualificada necessária para ver o seu nome aprovado pelos líderes da UE para o exercício de um cargo que ocupará a partir de 1 de dezembro deste ano e que foi criado no Tratado de Lisboa de 2007.