O Governo chefiado por Miguel Albuquerque quer enganar, mais uma vez, os madeirenses, desta feita na questão do subsídio social de mobilidade. A acusação parte da estrutura regional do Partido Socialista que, pela voz do deputado Rui Caetano, critica o novo modelo de apoio às deslocações para fora do arquipélago apresentado recentemente pelo executivo do PSD.
Em recente conferência de imprensa, realizada no Funchal, Rui Caetano lamentou que o modelo proposto pelo Governo da Região altere “praticamente nada” o anterior, uma vez que os madeirenses terão de continuar a adiantar o valor de mercado total da passagem aérea, que por vezes atinge os 500 e os 600 euros, e não apenas 86 euros por percurso (65 euros no caso dos estudantes), sendo obrigados a aguardar e a diligenciar o respetivo reembolso.
Segundo Caetano, a única alteração deste modelo prende-se com o facto de os residentes deixarem de ir aos CTT para receberem o subsídio e terem de entregar os documentos através de uma plataforma na internet.
Neste ponto, o parlamentar socialista na Assembleia Legislativa Regional expressou preocupação em relação às pessoas idosas, que, alertou, “têm mais dificuldades em aceder às novas tecnologias”.
Lembrou igualmente que, durante as recentes campanhas eleitorais, o partido de Miguel Albuquerque prometeu que, quando o Governo da República fosse do PSD, os madeirenses iriam pagar apenas os montantes devidos, 86 e 65 euros conforme os casos.
“O que se constata agora é que irão continuar a pagar a totalidade do valor da passagem”, frisou Rui Caetano, questionando de seguida o modo em que irá funcionar a anunciada plataforma informática.
“Como é que serão ágeis os mais velhos no sentido de incluírem todos os documentos necessários nessa plataforma e recuperarem o seu dinheiro? Será que o PSD e o Governo vão fazer o que fizeram em relação aos passes gratuitos e vão entregar [esta matéria] também às casas do povo, para ajudarem os idosos a receberem o subsídio de mobilidade com interesses político-partidários?”, inquiriu, criticando igualmente o diferencial significativo entre os tetos máximos de custo por passagem subsidiável: 600 euros no caso dos Açores e 400 euros no caso da Madeira.
“O PSD está a considerar que os madeirenses são portugueses de segunda. Mas não, são portugueses de primeira!”, atirou.
Por fim, evidenciou que a responsabilidade de que atualmente os residentes na Madeira precisem de pagar a totalidade da passagem aérea “é de quem criou o modelo, neste caso do PSD, com a concordância de Miguel Albuquerque”.
O Governo do PSD, concluiu Rui Caetano, “traiu mais uma vez os madeirenses”.
